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A sociedade Judaica
17-Jun-2023
By: Biblia em Bytes
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"E quem há como o teu povo, como Israel, gente única na terra, a quem Deus foi
resgatar para seu povo, para fazer-te nome, e para fazer-vos estas grandes e terríveis
coisas à tua terra, diante do teu povo, que tu resgataste do Egito, desterrando as nações
e a seus deuses?
E confirmaste a teu povo Israel por teu povo para sempre, e tu, Senhor, te fizeste
o seu Deus" {II Samuel 7:23, 24}.
A maior riqueza de Israel é seu povo. Embora o país seja pequeno, a população,
sua população é muito diversificada, com os mais variados antecedentes étnicos,
religiosos, culturais e sociais. É uma sociedade jovem com antiquíssimas
raízes, que foi se consolidando durante as últimas décadas e ainda hoje
continua sua evolução. Israel conta hoje com mais de 5 milhões de habitantes,
dos quais 81,5% são judeus (mais da metade nascida no país, a maioria de
primeira ou Segunda geração, enquanto que os outros provêm de cerca de 80
países diferentes), aproximadamente 17% são árabes (em sua maioria muçulmanos)
e os restantes 1,5% incluem drusos, circassianos e outras pequenas comunidades.
A sociedade é relativamente jovem (a média de idade é de 26,6 anos) e se caracteriza pelo
engajamento social, religioso e político-ideológico, pela engenhosidade econômica
e pela criatividade cultural. Tudo isso contribui para o dinamismo que propulsiona
o contínuo desenvolvimento do país.
A base institucional, política e cultural da sociedade judaica moderna de Israel
formou-se durante o período do Mandato Britânico (1918-1948). Motivados pela
ideologia e pelo desejo de redenção em sua pátria histórica, de acordo com a
visão do Sionismo (o movimento nacional de amor ao povo judeu), os membros da
comunidade judaica do país desenvolveram padrões sociais e políticos que possibilitaram
o exercício da autoridade sem soberania, em que todos estavam mobilizados para
a consolidação e o crescimento. O voluntarismo era a espinha dorsal da vida
política e o igualitarismo era o cimento.
A obtenção da Independência política em 1948, e a subsequente imigração em massa
modificaram a estrutura e o tecido da sociedade israelense. O resultado foi
uma mescla de valores ideológicos vigentes antes da independência com os padrões
sociais de um estado formado por imigrantes, no qual o processo político se
institucionalizava.
Desde sua formação, o Estado de Israel foi concebido como a pátria do povo judeu,
e os judeus de Israel se consideram parte do judaísmo mundial. Este conceito
básico é expressado pela Lei do Retorno, que garante plena cidadania a todo
o judeu que vem viver no país, a partir do momento de sua chegada.
O processo de construção do Estado apresentou muitos desafios sociais e econômicos,
assim como sérios problemas de segurança. Desde o início, a sociedade enfrentou
as tensões geradas pela diversidade da população; teve de lutar para alcançar
independência econômica e para se defender contra ações militares e terroristas,
derivadas da persistente recusa dos árabes em reconhecer o direito de Israel
à sua existência. Sob tais condições, a sociedade israelense está às vezes
sobrecarregada de tensões, e sua vida política, superaquecida.
Mesmo assim, seu sistema democrático, caracterizado por um parlamento ativo, pelo governo da
lei, pela independ6encia do judiciário e pela liberdade de imprensa, conseguiu
superar as dificuldades.
Atualmente em sua Quinta década de independência, com uma economia cada vez
mais forte e contando com a aceitação de um crescente número de países árabes,
o sistema social do país permanece essencialmente estável, testemunhando o desenvolvimento
de uma cultura política baseada no entendimento entre os vários grupos sociais,
em que todos se sentem comprometidos com os valores essenciais: uma nação judaica
em sua pátria ancestral, o incremento da imigração judaica, a democracia e a
busca da paz.
Ao longo de sua história, o povo judeu foi atacado e dispersado por seus inimigos,
na tentativa de erradicar a nação física e espiritualmente. Os judeus foram
expulsos da Terra de Israel em grandes números de pessoas (cativeiros e dispersão)
em três datas marcantes: em 720 a C. pelos assírios, em 586 a C. pelos babilônicos
e em 70 d. C. pelos romanos. Vezes sem fim, durante a longa diáspora, os judeus
foram perseguidos e expulsos como em 1290 pela monarquia inglesa; em 1492 pela
coroa espanhola; em 1881-81 pelos russos; em 1933-45 pela Alemanha nazista.
Cada uma destas perseguições teve um por que: o motivo era o "ser judeu!"
Embora a preservação do judaísmo fosse a preocupação prioritária das comunidades
judaicas na Diáspora, o conceito de "reunião dos exilados" - o retorno à Terra
de Israel "da terra que não é sua" (Gn 15.13-16) - sempre alimentou as esperanças
dos judeus de todo o mundo com a expectativa de redenção de sua pátria ancestral.
Este é o princípio fundamental do sionismo e a razão de ser do Estado de Israel.
Em termos da história e religião, os judeus formam um só povo! Não é possível
quebrar a unidade nacional que reside no coração e na alma de cada judeu
que ainda hoje não retornou à Israel! No entanto, em conseqüência da dispersão
dos judeus pelo mundo, foram se acentuando durante os séculos diferenças
significativas nos costumes e estilos de vida. Assim, a sociedade judaica
de Israel pode ser dividida em três grandes grupos:
Judeus Ashquenazitas (ashquenazim), de origem européia, inclusive os que
emigraram para as Américas do Norte e do Sul, África do Sul, e Austrália.
Os membros desta comunidade, muitos dos quais chegaram à terra de Israel no
final do século XIX e durante a primeira metade do século XX, formaram e
dominaram a sociedade sionista antes da independência e constituíram a primeira
geração de líderes israelenses. Nos anos 30 houve uma grande imigração de judeus
provenientes da Alemanha e Polônia, e a chegada destes grupos contribuiu para o
crescimento da comunidade judaica.
Judeus Sefaraditas (sefaradim), descendentes dos judeus que, após terem
sido expulsos da Espanha e de Portugal no final do século XV, estabeleceram-se
na Turquia e em vários países europeus, sobretudo na Holanda, na Itália, Bulgária
e Grécia. Estes judeus chegaram à terra de Israel em diversas épocas, individualmente
ou em pequenos grupos.
Judeus Orientais, com origens nas antigas comunidades judaicas dos países
islâmicos da África do Norte e do Oriente Médio. Alguns membros destas comunidades
estabeleceram-se na Terra de Israel há centenas de anos; outros imigraram no
final do século XIX e princípio do século XX; o maior fluxo dei migração ocorreu
durante os anos 50.
Os caraítas, uma seita judaica que remonta ao século VII, professa a aderência estrita
à Torá (o Pentateuco de Moisés), considerando-a a única fonte da lei religiosa.
Embora considerados uma facção do judaísmo e não uma comunidade me separado,
os caraítas mantém suas próprias cortes religiosas e tendem casar-se dentro
de sua seita. Cerca de 15.000 caraítas vivem hoje em Israel, principalmente
em Ramla, Ashdod e Beer Sheva.

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