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Anti-Semitismo Cristão

17-Jun-2023

By: Clarence Wagner, Jr.

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A História

Na perspectiva da história dos últimos 2.000 anos, se pode afirmar com segurança   que as organizações e os indivíduos cristãos que exprimiram solidariedade cristã   com o povo judeu e que educaram a igreja sobre as raízes judaicas da fé cristã   são uma raridade histórica. Deixe-me colocar em perspectiva: se um encontro   para ensinar cristãos sobre os judeus, judaísmo, as raízes judaicas do cristianismo,   ou para celebrar as Festas Bíblicas tivesse acontecido durante aproximadamente   1.800 anos dos quase 2.000 anos de história da igreja, a coisa mais leve que   poderia ter acontecido aos cristãos seria a excomunhão, e em muitos casos a   morte.


E qualquer membro da comunidade judia participando do programa ou apenas ouvindo seria considerado judaizante e penalizado com morte certa pelas autoridades eclesiásticas. Um artigo deste tipo não seria autorizado, com certeza. Mesmo que a história seja algo complexo e que houveram períodos históricos de liberdade de religião, a observação acima pode ser considerada como uma generalização correta. Felizmente, hoje estamos livres para nos reunir e aprender um do outro.


  • Os três primeiros séculos desde Cristo
    No primeiro século D.C. a igreja estava bem ligada com suas raízes judaicas, e Jesus não tinha nenhuma outra intenção. No final, Jesus é judeu e a base de Seus ensinamentos é consistente com as Escrituras Hebraicas. Em Mateus 5:17,18 ele diz:

    "Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra".

    Também sabe-se que os escribas do Novo Testamento eram judeus, e os apóstolos e primeiros discípulos eram judeus. Eles guardavam o Shabat, celebravam as festas e iam à sinagoga. Mesmo os membros da iniciante Igreja em Jerusalém e nas vizinhanças da Judéia, Samária e Galiléia, eram predominantemente judeus, pois sabemos que não haviam nomes não-judaicos entre as lideranças da igreja de Jerusalém até depois de 135 D.C., quando um grego aparece. Veremos o por quê disto em um momento.

    As congregações em outras partes do Império Romano também tinham raízes judaicas ou hebraicas relativamente profundas, por se alinharem com as diretrizes da Escola de Pensamento de Jerusalém, como ilustrado pelos nomes das várias epístolas do Novo Testamento. As cartas aos Coríntios, Romanos, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e Tessalonicenses. Também os escritores das outras Epístolas estavam ligados à congregação judia.

    Mas o que aconteceu para causar tão grande cisma entre as comunidades judias e cristãs? Inicialmente, ele começou como resultado de diferenças religiosas e sociais.

    Antes da Primeira Revolta Judaica em 66 D.C., o cristianismo era basicamente uma seita do judaísmo, como o eram os fariseus, os saduceus e os essênios. Os cristãos eram também conhecidos como os nazarenos. Antes da destruição do Templo e de Jerusalém ter sido arrasada pelos romanos em 70 D.C., havia espaço para debate dentro do judaísmo na crescente cidade cosmopolita de Jerusalém. Entretanto, de acordo com David Rausch em seu novo livro "A Legacy of Hatred" (Uma Herança de Ódio), a intrusão romana na Judéia e a larga aceitação do Cristianismo pelos gentios complicavam a história do cristianismo judaico. As guerras romanas contra os judeus não apenas destruíram o Templo e Jerusalém, mas também resultaram em forçar Jerusalém a abandonar sua posição como o centro da fé judaica no mundo romano. Além disso, a rápida aceitação do cristianismo entre os gentios levou a um conflito entre a igreja e a sinagoga. Os gentios cristãos interpretavam a destruição do Templo e de Jerusalém como um sinal que Deus tinha abandonado o judaísmo, e que Ele tinha provido os gentios com liberdade para desenvolver sua própria teologia cristã num contexto livre de influências de Jerusalém.

     Os sábios judeus que conseguiram sobreviver a revolta se congregaram em Jabneh   (Yavné), uma cidade na Planície de Sharon, perto de Jope, e decidiram que a   Escola de Hillel, mais chegada a seita farisaica do judaísmo, seria adotada   e praticada como halachá ou Lei (os ensinamentos farisaicos estavam mais   interessados no relacionamento entre cada indivíduo e Deus e encorajavam as   massas para santidade baseada numa estrita observância da Torá). Mesmo que   o judaísmo farisaico tenha demonstrado tolerância com os judeus-cristãos ou   nazarenos antes da destruição, a assembléia de Jabneh completou uma separação   entre o cristianismo e o judaísmo. Infelizmente, os judeus-cristãos tinham de   dissociado da guerra contra os romanos e da tragédia que tinha caído sobre a   nação. Acreditando que a sufocação da revolta pelos romanos era um sinal do   final, eles fugiram para Pella, a leste do rio Jordão, deixando seus companheiros   judeus a se debater sozinhos.

    Mais tarde, em 132 D.C. quando Bar Cochba orquestrou a Segunda Revolta Judia contra Roma, os judeus-cristãos tinham outra razão para não participar. Bar Cochba foi nomeado Messias pelo Rabbi Akiva. Como os cristãos viam Jesus como o Messias, participar da revolta sob o comando de Bar Cochba significaria trair suas crenças. Quando a revolta foi esmagada pelo Imperador Hadriano em 135 D.C. Hadriano expulsou todos os judeus de Jerusalém, permitindo que retornassem apenas um dia por ano, em Tisha Be'av, para o luto pela destruição do Templo. E daí portanto, o registro do primeiro nome grego na liderança da igreja de Jerusalém, como resultado da proibição romana da entrada de judeus na cidade. Hadriano também reconstruiu Jerusalém como uma cidade romana e mudou seu nome para Aelia Capitolina e o nome da Judéia para Síria Palestina. Isto foi feito para apagar qualquer ligação judaica com a cidade de Jerusalém e com a terra de Israel.

    Por esta época, a Igreja tinha efetivamente se separado do judaísmo. O poder teológico e político se transferiu dos líderes judeus-cristãos para centros de liderança cristã de gentios como Alexandria, Roma e Antioquia. É importante entender esta mudança, porque ela provocou os primeiros Patriarcas da Igreja a fazer declarações anti-judaicas.

    Com a expansão da igreja dentro do Império Romano e com o crescimento das congregações de não-judeus, o pensamento grego e romano começou a entrar e completamente mudar a orientação da interpretação bíblica através da psique grega e não de uma psique judia ou hebraica. Isto depois resultaria em muitas heresias, algumas das quais ainda praticadas pela igreja.

    Com o judaísmo e o cristianismo seguindo caminhos distintos, o vácuo foi se tornando cada vez maior. Os judeus tinham sido suprimidos com eficiência pelos romanos, e a cristandade estava se espalhando com vigor. Isto preocupava Roma e a pressão política decorrente se tornou o terceiro fator no crescente cisma entre cristãos e judeus. Sob a lei romana, o judaísmo era considerada religião lícita, uma religião legal, pois ela predatava Roma. Para unificar o Império Romano, todos deveriam adorar os deuses romanos e aceitar ao Imperador como um deus.

    Obviamente, os cristãos não podiam se sujeitar à esta adoração pagã e portanto se recusaram. Foi durante este período que encontramos cristãos sendo usados para esporte nos coliseus e circos romanos, como gladiadores, ou lançados aos leões. O imperador Nero os usava mesmo como tochas, para iluminar seus jardins de noite, pondo-os em fogo depois de os submergir em alcatrão. O símbolo do peixe, e não a cruz, e cruzar os dedos eram usados pelos cristãos entre eles mesmos, como sinais de identificação durante este período.

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