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Jesus e a Lei
17-Jun-2023
By: Biblia em Bytes
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"Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.
Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um
só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos,
por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus;
aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,
de modo nenhum entrareis no reino dos céus"...(Mt 5:17-20)
Pensar que estas palavras foram ditas por Yeshua Hamashiach (Jesus, O Messias), sem
dúvida nos levam a rever antigos conceitos.
Se Ele não veio destruir a lei, porque fomos
ensinados que não estamos mais debaixo da lei?
Se devemos cumprir o menor dos mandamentos,
por que dizemos que a graça nos livrou dos mandamentos?
E se devemos ser mais justos do
que os escribas e fariseus, por que rejeitamos tudo o que vem não só dos escribas e
fariseus, mas dos judeus, como se não tivéssemos nada a aprender com eles?
Estas são questões vitais para a verdadeira fé cristã. Porque as Sagradas Escrituras
jamais podem ser contraditórias ou trazer confusão.
Antes elas são para instrução da
verdade e é a elas, sempre, que devemos recorrer para desvendar o verdadeiro sentido da
fé no Messias de Israel, Yeshua (Jesus).
O fato é que, muitas vezes, desejosos de estudar a Bíblia e compartilhá-la, não damos o
tempo necessário ao Ruach Hakodesh (Espírito Santo), para que Ele nos traga a revelação
exata do texto bíblico em questão, nos descortine as verdades ali expressas e o sentido
real daquele ensinamento, instruindo-nos a como vivenciá-lo, como colocá-lo em prática.
E então, acabamos por tirar conclusões precipitadas, que, se não anulam completamente o
sentido exato da Palavra de Deus, acrescentam ou excluem importantes verdades que nos
privam da essência dos ensinamentos bíblicos.
Mas a misericórdia e bondade Divinas não têm fim e, naturalmente, sempre nos oferecem
novas chances para o conhecimento da Verdade. E é então que começamos a desvendar o
verdadeiro sentido das palavras do Nosso Amado Redentor, o Messias Yeshua (Jesus).
Sua vinda já estava determinada antes mesmo da Lei. E Ele foi o complemento dela, a sua
plenitude, pois ela representa a primeira fase do Plano de Salvação dado por D'us a toda
a humanidade.
Falando de uma maneira mais abrangente, após a queda do homem, Deus instituiu um Plano
para a sua Redenção. E esse plano começou pelo despertar de uma consciência acerca do
certo e do errado, e uma orientação de como evitar o errado e fazer o correto.
Isso é uma definição simplificada da Lei Moral Bíblica, que nada mais é senão o nosso espelho,
apontando as nossas falhas e ressaltando-nos a necessidade de expiação e perdão, que só
o sangue derramado seria capaz de nos proporcionar. E é aí que surge a Pessoa do Mashiach(Messias) Redentor.
Assim, Yeshua (Jesus), de fato, não é o substituto da lei, mas o seu cumpridor, no
sentido de que nos perdoa e purifica pelo não cumprimento da lei, dos mandamentos, e nos
capacita a cumpri-los, devolvendo-nos a santidade e a bondade perdidas.
Por isso foi que Ele afirmou que veio para cumprir a lei, fato que o Apóstolo Paulo nos
explica de maneira bem simples em Gálatas 3:24:
"De maneira que a lei nos serviu de AIO,
para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados."
A palavra "Aio",
vem do original grego "paidagugós", que é sinônimo de guardião, tutor, escravo ou amo
encarregado de cuidar e ensinar crianças, conforme costumes nas famílias gregas e
romanas, a mesma palavra que deu origem a pedagogo, que tem o sentido bem próximo do
original.
Assim, ao chamar a lei de aio, Paulo nos ensina que a lei foi como que uma
mestre e guardiã que nos instruiu acerca da importância e necessidade de um redentor. E
não é por acaso que a própria palavra lei, do original hebraico "Torá", significa
exatamente "ensinamento".
E foi exatamente por esta razão que Jesus afirmou que "veio para cumprir a lei e os
profetas e não para destruí-los" (Mateus 5.17), significando "cumprir" o mesmo que dar
plenitude, do grego "plerosai".
Portanto, os ensinamentos da lei alcançaram Nele, o
Messias Jesus, a superioridade do conhecimento e da revelação dos desígnios Divinos
para a redenção do homem, ou seja, a sua plenitude.
Por isso deve ficar claro que a lei moral bíblica ou os mandamentos não salvam, mas nos
instruem e apontam para o pecado e o que Jesus nos trouxe foi a expiação pela desobediência
aos mandamentos e a capacitação para cumprir o que é necessário porque, afinal, não
podemos dizer que como cristãos não temos nenhum mandamento bíblico a obedecer, não é
verdade?
Mas aquilo que mais nos chama a atenção nestas palavras de Jesus são as suas considerações finais,
afirmando que para entrarmos no reino dos céus a nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus.
São conhecidas de todo estudioso da Bíblia as crítica que Yeshua fez a "alguns" escribas
e fariseus, pelo seu pernicioso legalismo e pela sua hipocrisia. É interessante ressaltar
aqui que não foram todos os escribas e fariseus condenados por Jesus, como muitos querem
fazer ser.
Aliás, os fariseus formavam na época um importante grupo religioso que buscava
preservar a santidade e a fidelidade às Sagradas Escrituras.
E foi com uma exemplar boa
intenção que tentaram proteger os mandamentos e ajudar no seu cumprimento, transformando
o Decálogo de dez para 613 leis ou mandamentos. Mas, caíram na religiosidade vazia e,
além disso, muitos deles mais falavam das leis do que as praticavam. E foi por isso que
Jesus os criticou.
Mas quando Ele nos orienta a imitá-los, é porque o que Ele deseja de
nós é mesmo muita santidade e obediência aos princípios morais de Deus, relatados na
Bíblia e que são eternos e para toda a humanidade e não só para os judeus.
Neste ínterim, é importante ressaltar que a fidelidade do crente às ordenanças divinas
são essenciais para o seu crescimento espiritual e se constituem na garantia do seu lugar
no Reino de Deus.
Que a salvação do homem é pela fé em Jesus, o Messias de Israel, não
podemos negar. Mas que só crer não basta, é uma obrigação reconhecer e ensinar.
E foi
por isso que o próprio Jesus nos acrescentou, em outros momentos, palavras como as de J
oão 14:15: "Se me amais, guardai os meus MANDAMENTOS". Ou de Mateus 7:21-23
"Nem todo
o que me diz: Senhor, Senhor! ENTRARÁ no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos
nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas
maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós
que praticais a iniqüidade."
Tudo isso nos faz pensar um pouco mais, avaliar melhor a nossa posição em Jesus.
Será que estamos mesmo sem lei, como às vezes se diz? Será que não temos que moldar
as nossas vidas pelos mandamentos bíblicos, que são a nossa direção para uma vida que
vale a pena?
A lei cerimonial e sacrificial, é claro que Jesus, o Nosso Sumo Sacerdote,
cumpriu por nós, pelo seu sangue derramado como sacrifício definitivo pelos pecados não
só nossos, mas dos judeus e de toda a humanidade. Mas a lei moral, esta foi abolida?
Estamos autorizados a descumprir os mandamentos morais e éticos ensinados na Bíblia,
porque estamos em Jesus?
Sem dúvida este é um assunto para longos e aprofundados estudos, mantendo a devida
seriedade e fidelidade aos textos bíblicos. Não queremos, pois, neste pequeno artigo,
esgotar o tema. No entanto, é-nos totalmente possível concluir que a Yeshua não se
divorciou da Lei.
Antes, selou ainda mais esta aliança, que nada mais representa senão
a Bondade manifesta de Deus, instruindo-nos acerca do caminho da verdadeira vida, a vida
que vale a pena, a vida abundante, que deve seguir a algumas normas para subsistir.
É como um Manual de Instruções do Fabricante que, se devidamente consultado e obedecido,
não só fará funcionar bem o "aparelho", mas lhe dará resistência e durabilidade.

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