A chocante interpretação de Jesus

Há algumas palavras famosas da Parte da Torá Kedoshim (sagrada) que não só Jesus, mas muitos sábios judeus antes e depois dEle, consideraram o núcleo de todos os ensinamentos judaicos: "Ame o seu próximo como a si mesmo". Estas palavras de Levítico 19 são citadas em todos os Evangelhos Sinóticos. No entanto, apenas o Evangelho de Lucas tem a famosa parábola do Bom Samaritano, onde a questão "Quem é o meu próximo?" é abordada.

O que houve de tão chocante na interpretação de Jesus sobre o próximo?

Quem é o meu próximo?

O episódio abre com um “perito na lei” perguntando a Jesus como herdar a vida eterna. Jesus responde com uma pergunta: “O que está escrito na Lei?”. O perito na lei cita versos da Torá conhecidos por todos os judeus de seu tempo — Deut. 6:5 e Lev. 19:18. Esses versos já haviam sido incorporados no pensamento judaico e, de fato, foram considerados o fundamento de toda a Torá; então, neste ponto, observamos apenas a continuidade das alianças.

O 3º homem

O diálogo continua, no entanto, e a famosa parábola segue: um homem foi atacado e deixado para morrer e tanto um sacerdote como um levita passaram por ele. Há um aspecto chocante que pode escapar a um leitor não-judeu – todo judeu pertence a um desses três grupos: sacerdotes, descendentes de Arão; levitas, descendentes de Levi; e israelitas, descendentes dos outros filhos de Jacó. Portanto, depois de um sacerdote e de um levita, um judeu do primeiro século esperaria a menção do terceiro grupo - um israelita.

O Desafio

No entanto, a terceira pessoa não é um israelita, mas um samaritano, o inimigo dos judeus. Além disso, o fato deste samaritano revelar-se como sendo um próximo, enquanto o sacerdote e o levita falham, desafia diretamente a interpretação judaica contemporânea da palavra “próximo”. Assim, não apenas a continuidade, mas também a inovação do Novo Testamento, é evidente aqui.

Israel Institute
of Biblical Studies

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