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A BÍBLIA E SUAS ORIGENS - Parte III
17-Jun-2023
By: Biblia em Bytes
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II - Tradução A FORMAÇÃO DO CÂNON DO VELHO TESTAMENTO O CONTEÚDO DOS APÓCRIFOS O VALOR DOS APÓCRIFOS
Temos o problema da transferência de pensamento duma linguagem original para uma secundária.
O problema é a verificação, será que o pensamento original foi transferido com
exatidão? Podemos dizer que tantas são as precauções tomadas, que a tradução
fiel da Bíblia em qualquer língua pode ser considerada como a Palavra de Deus.
É lógico que quando se faz a tradução de qualquer palavra em qualquer idioma,
perde-se a "força" original do termo na língua mãe. Isso ocorre também porque
existem expressões que chamamos de "expressões idiomáticas" que caracterizam
épocas e tempos contendo um significado próprio por causa de seu contexto. Por
isso é tão importante conhecermos os termos (ou expressões) idiomáticas e seus
significados originais para podermos, através deles compreender o contexto daquilo
que é dito.
Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte das Escrituras hebraicas.
Nunca foram citadas por Jesus, nem por ninguém mais no Novo Testamento. Não
foram reconhecidos pela Igreja Primitiva como de autoridade canônica, nem de
inspiração divina. Quando se traduziu a Bíblia para o latim, no segundo século
A.D. seu Velho Testamento foi traduzido, não o Velho Testamento hebraico, mas
da versão grega da Septuaginta do Velho Testamento. Da Septuaginta esses livros
apócrifos foram levados para a tradução latina; e daí para a Vulgata, que veio
a ser a versão comumente usada na Europa Ocidental até o tempo da Reforma. Os
protestantes baseando seu movimento na autoridade divina da Palavra de D'us,
rejeitaram logo esses livros apócrifos como não fazendo parte dessa Palavra,
assim como a Igreja Primitiva e os hebreus antigos fizeram. A Igreja romana,
entretanto, no Concílio de Trento em 1546 A.D. realizado para deter o movimento
protestante, declarou canônicos tais livros, que ainda figuram na versão de
Matos Soares, etc... (Bíblia Católica Romana).
PORQUE NÃO FORAM ACEITOS NO CÂNON DO VELHO TESTAMENTO?
1) - Nenhum dos livros foi encontrado dentro do cânon hebraico. Um estudo da história do Cânon dos judeus da Palestina, revela uma ausência completa de referências aos livros apócrifos. Josefo, diz que os profetas escreveram desde os dias de Moisés até Artaxerxes, também diz, e verdade que a nossa história tem sido escrita desde Artaxerxes, não foi tão estimada como autoritativa como a anterior dos nossos pais, porque não houve uma sucessão de profetas desde aquela época. O Talmude, fala assim: "Depois dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo deixou Israel". Não constam no texto dos massoretas (copistas judeus da maior fidelidade) entregar tudo o que consideravam canônico nas Escrituras do Velho Testamento. Nem tão pouco parece ter havido "Targuns" (paráfrases ou comentários judaicos da antigüidade) ligado a eles. Para os judeus, os livros considerados "inspirados" são os 39 que hoje conhecemos como Velho Testamento. Eles os possuem numa ordem diferente da nossa por causa da forma pela qual dividem os livros.2) - Todos estes livros foram escritos depois da época quando a profecia cessou em Israel, e não declaram ser mensagem de Deus ao homem. Fora dois deles, Eclesiástico e Baruque, os livros são anônimos, e no caso de Eclesiástico, o autor não se diz profeta, nem asseverou que escreveu sob a inspiração de Deus. O livro de Baruque que se diz ser escrito pelo secretário de Jeremias, não pode ser aceito como genuíno, pois contradiz o relato bíblico. Os livros de Macabeus não tem nenhuma pretensão para autoria profética. Mas registra detalhes sobre as guerras de independência em 165 A.C. quando os cinco irmãos macabeus lutaram contra os exércitos da Síria. I Macabeus é geralmente considerado como de maior valor histórico do que o II.
3) - O nível moral de muitos destes livros é bastante baixo. São cheios de erros históricos e cronológicos, por exemplo, Baruque 1.1, diz que ele está na Babilônia, enquanto Jeremias 43.6, diz que ele está no Egito. Baruque diz que os utensílios do templo foram devolvidos da Babilônia, enquanto Esdras e Neemias revelam o contrário. Baruque cita uma data errada para Beltesazar e diz que o cativeiro era de sete gerações 6.3, o que contradiz as profecias de Jeremias e o cumprimento de Esdras. Tobias e Judite estão cheios de erros geográficos, cronológicos e históricos. Tobias 1.4,5 contradiz 14.11. Mentiras, assassinatos e decepções são apoiados. Judite é um exemplo. Temos suicídios (4.10), encantamentos, magia e salvação pelas obras (Tobias 12.9; Judite 9.10,13).
4) - Não foram incluídos no Cânon até o fim do 4° século. Como já observamos, os livros apócrifos, não foram incluídos no cânon hebraico. Os livros apócrifos foram incluídos na Septuaginta, a versão grega do Velho Testamento e que não é de origem hebraica, mas de Alexandria, que é uma tradução do hebraico. Os Códices Vaticanos, Alexandrinos e Sinaíticos, tem apócrifos entre os livros canônicos. Porém temos de notar vários fatores aqui.
a) - Nem todos os livros apócrifos estão presentes nos Códices e não tem ordem fixa dentro dos Códices.
b) - Por ser um livro de origem egípcia, pois vem de Alexandria, a Septuaginta não tinha os mesmos salvaguardas contra erros e acréscimos, pois não tinham massoretas orientando a obra com o mesmo cuidado que usaram no texto hebraico.
c) - Manuscritos, naquele tempo, ficavam em rolos, não livros e são facilmente misturados, e seria fácil juntar outros que ficaram numa mesma caixa. No caso de guerras ou desastres, estes manuscritos poderiam ser colocados em jarros de barro e lacrados para serem posteriormente reutilizados. Alguns destes jarros foram achados nas cavernas de Qumran com manuscritos que nos ajudaram a comfirmar o conteúdo de nossas Bíblias atualmente, além de revelarem uma série de fatos muito interessantes sobre a vida daquela época.
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