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A BÍBLIA E SUAS ORIGENS - Parte IV
17-Jun-2023
By: Biblia em Bytes
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d) - O preço de material para escrever pode influir também. Não era tão fácil calcular o espaço
necessário para fazer um livro. Que fariam se cortassem o couro e descobrissem
30 ou 40 páginas de couro sobrando no livro? Naturalmente encheria com conteúdo
devocional. A tendência seria de misturar livros bons com os canônicos até o
ponto que os não canônicos fossem aceitos como canônicos. e) Os livros não canônicos
não foram recebidos durante os primeiros quatro (4) séculos. Melito, o bispo
de Sardis em 170 D.C., visitou a Judéia para verificar o número certo de livros
do Velho Testamento. A lista que ele fornece, inclui os livros canônicos do
Velho Testamento, menos Ester (porque não reconheceu entre os apócrifos) e não
incluiu os apócrifos. O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO O CONTEÚDO DO CÂNON NEO-TESTAMENTÁRIO
ORÍGENES,
o erudito do Egito, com uma grande biblioteca, incluiu os 39 livros do Velho
Testamento, mas em 22 e seguindo a lista ele fala: "Fora destes temos os livros
dos Macabeus". Outros pais da Igreja, como Atanásio, Gregório de Nazianzus de
Capadócia, Rufinus da Itália e Jerônimo, nos deixaram com uma lista que concorda
com o cânon hebraico.
JERÔNIMO,
que fez a Vulgata, não quis incluir os livros apócrifos por não considera-los
inspirados, porém, os fez por obrigação do bispo, não por convicção, mesmo assim
só traduziu Judite e Tobias, os outros apócrifos foram tirados diretamente dos
versos latinos anteriores. Parece que a única figura da antigüidade a favor
dos apócrifos era Agostinho, e dois Concílios que ele mesmo dominou (393 e 397).
Porém, outros escritos dele (A cidade de Deus) parecem revelar uma distinção
entre os livros canônicos e os apócrifos (17.24; 18.36,38,42-45).
GREGÓRIO,
O GRANDE, papa em 600 D.C., citando I Macabeus falou que não era um livro canônico,
e o cardeal Ximenis no seu poligloto afirma que os livros apócrifos dentro de
seu livro, não faziam parte do cânon. Os livros apócrifos não foram aceitos
como canônicos até 1546 quando o concílio de Trento decretou: "Este Sínodo recebe
e venera todos os livros do Velho e Novo Testamentos, desde que Deus o autor
dos dois, também as tradições e aquilo que pertence a fé e morais, como sendo
ditados pela boca de Cristo, ou pelo Espírito Santo". A lista dos livros que
segue inclui os apócrifos e conclui dizendo: "Se alguém não receber como Sagradas
e canônicos estes livros em todas as partes, como foram lidos na Igreja Católica,
e como estão na Vulgata Latina, e que conscientemente e propositadamente contrariar
as tradições já mencionadas, que ele seja anátema". Para nós o fator decisivo
é que Cristo e seus discípulos não os reconheceram como canônicos, pois não
foram citados por Cristo nem os outros escritores do Novo Testamento!
AS DATAS DESTES LIVROS
COMO FOI FORMADO?
Evidência Interna: Isto é do próprio Novo Testamento. O fato é que a Igreja primitiva recebeu dos judeus a idéia de uma regra de fé e conduta escrita. Esta idéia foi confirmada pelo Senhor Jesus Cristo, e os escritores do Novo Testamento, que sempre se referiam ao Velho Testamento como sendo a palavra de D'us escrita. Sabemos que desde o princípio, a Igreja cristã tem aceitado as palavras de Cristo com a mesma autoridade com que aceitaram as palavras do Velho Testamento, e aceitaram não apenas isto, mas declararam os apóstolos que o seu próprio ensino, oral e escrito possuía autoridade semelhante a do Velho Testamento. Tal era a autoridade de seus escritos, que mandaram que fosse lido publicamente nas Igrejas (I Ts 5.27; Cl 4.16; II Pe 3.1,2). Era portanto natural que a literatura do Novo Testamento se acrescentasse ao Velho Testamento. No próprio Novo Testamento, pode ser que vejamos o início deste processo (I Tm 5.18; II Pe 3.1,2 e 15,16). Além da evidência interna, temos a evidência histórica da formação do Cânon do Novo Testamento.O CRITÉRIO CANÔNICO
O critério que a Igreja aplicou como teste de autenticidade era ditado pelas necessidades de fazer face à controvérsia com hereges e descrentes. Como veremos a seguir, na seleção do mateiral que iria compor os primeiros escritos, as necessidades missionárias, ao lado das apologéticas, são o critério para a seleção de testimonia, ditos, milagres e parábolas de Jesus que, nos primórdios na nova época, iriam formá-los. Eis alguns critérios deseleção: A apostolicidade A obra em consideração pela Igreja deveria ter sido escrita por um dos doze ou possuir o que se chamaria hoje de imprimatur apostólico. O escrito deveria proceder da pena de um apóstolo ou de alguém que estivera em contato chegado com apóstolo e, quando possível, produzido a seu pedido ou haver sido especialmente comissionado para fazê-lo. Como consequência este documento deveria pertencer a um período bem remoto. Quanto aos Evangelhos, estes deveriam manter o padrão apostólico de doutrinas particularmente com referência à encarnação e ser na realidade um evangelho e não porções de evangelhos, como tantos que circulavam naquele tempo. A circulação e uso do livro É provável que certos livros houvessem sido aceitos e circulado como autoridade antes mesmo que qualquer relação com apóstolo, quer direta, quer indireta, fosse determinada. É deste modo que o escrito recebia o imprimatur da própria comunidade cristã universal que o usava. Ortodoxia Este era importante ítem na escala de padrões de aferimento. Percebe-se nos próprios escritos do Novo Testamento, que depois formaram seu cânon, o repúdio à falsa doutrina e a luta pela preservação da ortodoxia, que em Rm 6.17 chama de "padrão de doutrina", ou o que II Tm 1.13 denomina "padrão das sãs palavras", ou ainda o "depísito de I Tm 6.20. Autoridade diferenciadora Bem cedo, antes mesmo que os Evangelhos fossem mencionados juntos, já os cristãos distinguiam livros que eram citados e lidos como tendo autoridade divina e outros que continuavam fora do Novo Testamento.A leitura em público Nenhum livro seria admitido para a leitura pública na Igreja se não possuísse características próprias. Muitos outros livros circulavam quando Mateus começou a ser usado pelos cristãos. Poderiam ser bons e de leitura agradável, mas só serviam para a aleitura em particular. Havia alguns, e entre eles os Evangelhos de modo restrito e Mateus de modo singular, que se prestavam à leitura e ao comentário perante as congregações cristãs, como a Lei e os Profetas nas Sinagogas. É o que I Tm 4.13 quer dizer quando Timóteo é exortado a aplicar-se à leitura, isto é, à "leitura pública das Escrituras" como sabiamente indica um rodapé da última revisão de Almeida.
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