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A BÍBLIA E SUAS ORIGENS - Parte VI
17-Jun-2023
By: Biblia em Bytes
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No ano de 367, Atanásio pela primeira vez apresentou um cânone do Velho e Novo Testamentos
firmemente circunscritos, dentro do qual eram definidas as classes individuais
dos textos e de sua seqüência. Ele designou vinte e sete livros como sendo os
únicos realmente canônicos do nosso Novo Testamento; ninguém pode acrescentar
mais nada a este número, bem como ninguém pode retirar coisa alguma. O 3° Concílio
de Cartago (397) mandou que: "além das Escrituras canônicas, nada se lesse na
igreja sob o título de "Escrituras divinas". A discussão a respeito do cânon
nos séculos subseqüentes se acalmou, porém, muitos eruditos tem se perguntado
a si mesmos porque haveriam eles de concordar com a resolução já feita. Agostinho
disse que concordou por causa da natureza dos próprios livros e pela unidade
praticamente completa entre os cristãos neste assunto. Calvino baseava a sua
crença na autoridade desses livros no testemunho do Espírito Santo. Nós aceitamos
por todas essas razões, mas principalmente porque já provamos em nossas vidas
a veracidade de tudo aquilo que está escrito. Quando vivemos pelas Escrituras,
descobrimos que elas são suficientes para todas as nossas necessidades, completas
em si mesmas. A única regra de fé e prática. OS MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
UM PAPIRO - é constituído por tiras de medula do papiro (espécie de cânico com caule triangular, da família
das ciperáceas, da grossura de mais ou menos um braço e de 2,5 m a 5 m de altura),
cortadas em finas talas e colocadas em camadas cruzadas, estas tiras formam
folhas que são em seguida, fixadas umas após outras e enroladas em torno de
uma vara. O rolo assim formado se chama, em grego, biblos (dai a palavra: Bíblia)
e pode ter até 10 m de comprimento. Os papiros do Novo Testamento são os mais
antigos documentos de base que possuímos: em sua maioria datam do século III
(um papiro descoberto em 1935, deve mesmo ser datado do começo do 2° século).
Se bem que nos transmitam apenas fragmentos de textos, estes documentos são
testemunhas preciosas do texto, justamente em razão da sua antigüidade. Existem
atualmente em número de 76, designados nas edições críticas por P1, P2 etc.
UM PERGAMINHO - é uma pele, ordinariamente de ovelha, cabra ou bezerro, tratada e cortada em
folhetos (a palavra "pergaminho" se originaria da cidade de Pérgamo): estes
são postos um em cima do outro para formar não um rolo, mas um volume (em grego:
teuchos) de onde vem a palavra Pentateuco para assinalar os primeiros cinco
livros do Velho Testamento). Os pergaminhos, trazendo textos do Novo Testamento,
datam somente do século IV, no máximo, mas apresentam-nos, geralmente, textos
completos do Novo Testamento. O princípio e o fim do texto faltam às vezes,
em consequência da deterioração, fácil de imaginar, dos folhetos da capa. Todos
estes documentos são escritos em grego mas em um grego que não é mais o grego
clássico. (Este grego, comumente falado em todo império, é denominado Koinê:
língua comum). Os manuscritos mais antigos do Novo Testamento são escritos em
letra maiúsculas ou "unciais". Atualmente seu número é de 252 (excluem-se os
achados de Qumran, que ainda não foram reconstituídos totalmente,
não sabendo-se assim o seu número exato). As edições críticas
os designam por letras maiúsculas. Os manuscritos em minúsculas (conhecemos
hoje 2646) datam no máximo do século IV. Entretanto não devem ser negligenciados
porque os copistas do século IX, X e XI recopiavam possivelmente manuscritos
em maiúsculas muito mais antigos, que não possuímos mais. As edições críticas
os assinalam por algarismos árabes.
Todos estes manuscritos são assaz difíceis de ler. As palavras, as frases e os parágrafos
não são separados por espaço algum, e não encontramos nem acento nem sinal
de pontuação. Seis manuscritos em maiúsculas são muito importantes: AS VERSÕES DO NOVO TESTAMENTO
o Vaticanos (designados por "B" nas edições críticas), assim chamado porque é conservado
na biblioteca do Vaticano. Datando do século IV, é o mais antigo de todos
os manuscritos sobre pergaminho.
O Sinaíticus (designados por "X"), descoberto em um convento do Sinai, no século IX, vendido em 1933,
pelo governo soviético ao British Museum em Londres, também deve datar do século
IV.
O Alexandrinus (designados por "A"), trazido de Alexandria a Inglaterra no século
XVIII e igualmente conservado no British Museum, data do século V.
O Códex Ephrem (designado por "C"), e uma "palimpsesto", que quer dizer que
o texto primitivo, um manuscrito do Novo Testamento datando do século V, foi
apagado no século XII por um copista que se serviu do pergaminho para nele copiar
tratados de Ephrem da Síria.
Felizmente, o texto primitivo não desapareceu totalmente e pode ainda ser lido sob o texto
medieval por olhos peritos (trabalho penoso, facilitado hoje em dia pelos processos
técnicos modernos). Este manuscrito é conservado em Paris, na Biblioteca Nacional.
Estes quatro primeiros manuscritos não diferem entre si a não ser por "variantes"
de pormenor. Dois outros manuscritos (designados por "D") apresentam, com os
quatro precedentes, grande número de variantes e particularmente notória. Datam
ambos do século VI. O primeiro: Códex Bezae Cantabrigiensis deve seu nome ao
fato de ter pertencido, assim como aliás também o segundo, a Theodoro de Beza,
amigo de Calvino, e que em 1581, seu proprietário o ofertou a Cambrige. Escrito
sobre duas colunas, a primeira contendo texto grego, a segunda a tradução latina,
oferece somente os 4 evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos.
Hoje em dia, após os achados do Qumran, existem vários manuscritos que estão
sendo estudados e também são apresentados ao público em geral. Eles encontram-se
em Jerusalém, no Museu do Livro. Ali percebemos o autêntico milagre de preservação
dos mesmos, pois encontram-se alguns inteiros e outros fragmentados de tal
forma que é preciso "monta-los" como a um quebra-cabeças para descobrir-se
de que manuscrito se trata.
A ciência tem colaborado muito para desvendar este quebra-cabeças. Os manuscritos são feitos de pele
de carneiro, e cada um deles está passando por um teste de DNA. Este teste determina
que pedaços pertencem aos manuscritos mais "completos", pois o DNA possui o
código genético de cada animal em particular. Assim torna-se impossível "juntar"
pedaços diferentes!
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